sexta-feira, 28 de junho de 2013

Amamentar = amar, proteger, viver com intensidade a maternidade, vínculo eternizado e satisfação mais que garantida!


Hoje, a minha amiga e ex-doulanda me mostrou este texto, achei tão lindo e perfeito que resolvi compartilhar com vcs! Tão verdadeiro que me deu saudade de amamentar meus filhotes... 





Inspira. Suga. Expira. Engole. Inspira. Suga. Expira. Engole. Inspira. Expira. Inspira. Expira. Suga. Engole. Inspira. Expira. Seus olhos não saem dos meus, não tiro meus olhos dos seus. Seus dois estatelados olhos esfomeados de vida. Por cima deles, sobrancelhas inquietas sobem e descem, se unem e se separam. Meu seio direito abocanhado por esses seus lábios de peixinho. Sua pequena mão sobre meu seio esquerdo. Abrindo. Fechando. Como se você acariciasse o meu coração.
Inspira. Suga. Expira. Suga. Sua barriga encostada na minha. Sua cabeça apoiada sobre a parte de dentro do meu cotovelo. Você experimenta a mãe com a pele, com os olhos. Canto para que você experimente também com os ouvidos. Em troca você me dá seus barulhos de beijinho molhado. O som da sua respiração. A visão do seu rostinho bem pertinho do meu. Dos seus olhos se fechando macios à medida que o sono vem. E o susto que você leva com o seu prório arroto.
Inspira. Expira. Suga errado, pela metade. Inspira. Expira. Inspira. Expira. Vira a cabeça pra lá e pra cá, esfrega a cara no peito, resmunga, tropeça na própria respiração, engole torto, leva a cabeça para trás, ameaça um chorinho. Sai do peito, dá um gritinho. Shhhhhh. Shhhhhh. Shhhhhh. Assustou, filho? Toma, toma. Volta pro peito. Shhhhh. Shhhhhh. Isso. Shhhhh. Shhhhh. Seus olhos nos meus, os meus no teu olhar que observo a entrar no mundo dos sonhos. Fecha. Abre. Fecha até a metade. Abre. Fecha por três segundos, abre até a metade. Suga. Suga. Suga. Suga. Suga. Para. Suga. Suga. Suga. Suga. Para. Joga a cabeça para trás, puxando o bico com a boquinha bem fechadinha. Larga o peito, espreme a boquinha, respira fundo e continua adormecido. É muito mais do que alimento. Amamentar é dizer eu te amo. E ter a certeza de que você compreendeu.


Por : Natacha

terça-feira, 25 de junho de 2013

Relatando o parto lindo e abençoado da Angela e do Lorenzo...

Como é bom acompanhar um parto em que a gestante está preparada física e psicologicamente para este momento, era assim que a Angela estava: calma , tranquila e cheia de expectativas pelo nascimento do seu primeiro filho, O Lorenzo.

Ela teve perda de líquido uma semana antes, mas fomos ao hospital e disseram que estava tudo bem e que logo entraria em TP. Uns dois dias depois,  ela me ligou dizendo que estava tendo contrações regulares, então o marido dela que trabalha com o meu, veio me buscar p eu ficar com eles em casa. Quando eu cheguei , ela estava com aquela carinha de dor e felicidade, e como ela tinha tido um pico de  pressão alta uns dias atrás , resolvemos verificar como estava a pressão e deu um pouco alterada , então resolvemos ir p a maternidade (pública , pois se fosse particular, já teriam mandado ela para uma cesárea há alguns dias atrás), mas , felizmente a pressão estava normal , o bebê estava bem e ela estava com 3 cm de dilatação.

A médica disse que era p ela ir caminhar, mas não imaginou que ela tinha uma doula...rsrs...e que realmente iriamos caminhar num frio de 7° ! Caminhamos das 21 até ás 22hs no parque Barigui, a Angela , o Kleber(marido) e eu . Conversamos , brincamos,  rimos e a cada contração a Angela se agachava no meio do parque, e os atletas de plantão só olhando!



Quatro cm de dilatação, só faltavam seis!
Olha o sorrisinho...

Papai super presente e carinhoso...
Hora da massagem !

Voltamos para a casa da mãe dela, aliás, uma casa tão aconchegante, quentinha,  uma união familiar, carinho e amor, eu já me senti como se fizesse parte dessa família linda! Jantamos, a Angela foi para o banho e as dores  começaram apurar e já estavam  de 5 em 5 min., e achamos melhor seguir p a maternidade ,pois eles moram em um bairro mais afastado de Curitiba e não quisemos abusar da sorte...

Lorenzo , olha a vovó e o vovô esperando ansiosamente por vc!


Quando chegamos no hospital, ainda estava 5cm de dilatação, a Angela contou que havíamos caminhado no parque e a médica pediu que caminhássemos por mais 1h no hospital, pois ainda era cedo p internar e como a casa dela ficava longe dali, lá fomos nós, subimos e descemos as escadas do hospital por mais 1hr, até que a Angela foi p o C.O. com 6cm, e o médico perguntou  : "Você que é a doida que andou no parque Barigui neste frio?" Coisas de quem tem uma doula...rsrsrs

Quem entrou foi o Kleber, pois só permitem um acompanhante pelo SUS , e eu fiquei do lado de fora, ai como é horrível ficar do lado de fora...rsrs... sem notícias, a hora não passa! Então quando eu estava deitadinha em um sofá, quase dormindo, eu ouvi alguém gemendo no meio de uma contração, me virei e era a Angela andando pelo corredor e eu  pude ficar mais um pouquinho com eles.

Momento do nosso encontro:
A Angela estava tomando antibiótico , devido  à uma infecção  na bexiga.
Depois disso ,eles entraram , e eu fiquei ali fora cochilando e muitas vezes orando para que tudo corresse bem! Ela teve que ir p a ocitocina, pois segundo o médico a dilatação não estava evoluindo... então o lindo Lorenzo nasce por volta das 6hs da manhã! Tudo havia dado certo! Obrigada Senhor! 

Dias depois, ela me ligou e me disse que quando estava na fase mais difícil (transição) em que  queria desistir (normal...rsrs),  pensava que eu estava lá fora orando por ela e acreditando nela, e dizia para si mesma "não vou desistir, a Carla está lá fora esperando por mim!"  Que linda! Como não se emocionar e chorar ouvindo isso???

Seja bem vindo Lorenzo! Vc é muito amado por sua família...

Abaixo, o  depoimento que ela postou no face p mim...
Minha Doula Querida Carla  sem palavras pra te agradecer o acompanhamento, a força, a dedicação,as orações e informações que você passou pra minha família e para mim durante a gestação e no trabalho de parto!
O meu parto foi MARAVILHOSO, sabíamos tudo o que estava acontecendo e o porque, graças a sua dedicação e amor as pessoas!
Você será inesquecível em nossas vidas minha Doula Carla Vanessa que em tão pouco tempo que nos conhecemos minha família e eu já te amamos tanto!

AGRADEÇO A DEUS POR TER COLOCADO VOCÊ EM NOSSAS VIDAS!

E agradeço também pelas horas e horas de caminhada em volta do Hospital Evangélico e Parque Barigui á noite hehe

GESTANTES E MULHERES QUE QUEREM ENGRAVIDAR, CONHEÇAM O QUE É DOULA E SE INFORMEM, EU TIVE UMA E RECOMENDO!

sexta-feira, 14 de junho de 2013

O que são pródromos?

Muitas gestantes acabam indo para a maternidade várias vezes por sentirem contrações, e voltam p casa preocupadas, ansiosas e inseguras, sem saber que estão em uma fase chamada pródromos, que ainda não é o trabalho de parto efetivo. Essa fase pode durar vários dias e  banhos quentes ajudam  aliviar   o desconforto!

Segue abaixo a explicação: 


 O que é o período premonitório do parto (pródromo de trabalho de parto)? 
O trabalho de parto é antecedido por um período preparatório denominado de pré-parto, período prodrômico (ou pródromo de trabalho de parto) ou período premonitório. Nesta etapa vários sinais estão presentes, demonstrando que o trabalho de parto e o nascimento do bebê se aproximam.
O período premonitório do parto ou período pré-parto é caracterizado pela presença de contrações, por vezes dolorosas, que ocorrem em intervalos e intensidade irregulares, não apresentando ritmo. Essas contrações não são efetivas para dilatar o colo uterino e constituem o chamado “falso trabalho de parto”, onde, embora haja contrações, não há alteração do colo do útero (ou seja, não há a dilatação do mesmo com progressão para o nascimento do bebê).
Nesta fase há a descida do fundo uterino (a barriga materna fica mais baixa), decorrente do encaixamento da cabeça do bebê na pelve materna. Essa descida da cabeça do bebê acarreta no aumento de dores lombares e dores nas articulações dos ossos do quadril da gestante. As vezes a única manifestação é uma sensação de “peso” na região supra-púbica (na região da bexiga).
Há ainda nesta fase, uma secreção exacerbada de muco pelas glândulas presentes no colo uterino, sendo eliminada uma secreção mucosa pela vagina, acompanhada ou não de sangue em pequena quantidade. Este sinal é chamado de perda de tampão mucoso.
O colo uterino fica mais amolecido e progressivamente mais curto ao toque vaginal (processo chamado de amadurecimento do colo).
Próximo ao final da gestação, as contrações se tornam mais freqüentes e intensas e aregularidade associada à dilatação do colo uterino caracterizam o trabalho de parto que se inicia.
Não é possível dizer o exato momento em que há a transição do período pré-parto para o trabalho de parto, pois o período premonitório do parto pode anteceder o parto em dias; e esta transição ocorre normalmente de forma gradual e quase insensível.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Posso ter um parto normal após uma ou duas cesáreas ?


Parto Normal Após Cesárea - PNAC (em inglês VBAC)

O Brasil tem sido o campeão mundial de cesáreas há alguns anos, mas nossas taxas de mortalidade continuam alarmantes. Os países com menores taxas de cesárea são os que apresentam menor taxa de mortalidade materna e neonatal. Com os hospitais e médicos da rede privada brasileira ostentando taxas de 80 a 90% de cesáreas, é natural que cada vez mais mulheres tenham passado por essa cirurgia e estejam se perguntando:

Depois de uma cesárea, posso ter um parto normal?

A resposta é SIM. Como regra o parto normal sempre é mais seguro que a cesariana, uma cirurgia que têm suas complicações já conhecidas. (Veja artigo sobre riscos da cesárea). Existe risco de complicação de aproximadamente 0,6 % a cada vez que uma mulher é operada. De modo geral, a cesárea tem 4 vezes mais risco de morte materna e 10 vezes mais risco de morte neonatal. Essa taxa se repete no mundo todo, independente das condições tecnológicas em que são feitas as cesáreas.

No caso do parto normal após cesárea (PNAC), o principal risco é o de ruptura uterina. A taxa de ruptura uterina nos PNAC é de 0,5%. Caso ocorra uma ruptura, a mulher deve ser imediatamente operada para que o bebê seja retirado e a abertura seja fechada. No entanto deve-se lembrar que a ruptura uterina também ocorre em mulheres que nunca engravidaram ou foram operadas, bem como antes do início do trabalho de parto.

A questão primordial é: não existe parto sem risco, não existe nada na vida sem risco. Viver tem sua taxa de risco, mas deixar de viver não é uma opção. Quando uma mulher (ou um médico) opta pela cesárea para evitar a ruptura, ela não está eliminando o risco. Ela está trocando uma taxa por outra.

Quem então deve escolher se vai ter um parto normal ou cesárea?

Obviamente é a mulher, pois ela é quem deverá assumir as consequências de sua escolha. O médico será seu parceiro nessa escolha. É quem vai estar atento caso seja necessária uma intervenção, nos raros casos em que isso aconteça.

Porque então os médicos dizem que depois de cesárea é arriscado um parto normal?

Duas razões principais: a primeira é que obstetras são cirurgiões. Bons cirurgiões. Não são necessariamente bons parteiros e a maioria deles tem o olhar treinado para a anormalidade e não para a normalidade em suas mais variadas formas. A segunda é que a maioria dos médicos privados no Brasil prefere o parto cirúrgico de qualquer forma, tanto no primeiro parto, com nos seguintes, a qualquer idade ou situação de saúde. Isso é facilmente constatado pelas pesquisas recentes e pelas atuais taxas de cesárea. A questão médica normalmente acaba sendo: como justificar a escolha da cesárea? E se uma mulher já tem uma cesárea prévia, então já há uma justificativa pronta.

Então como faço se quiser ter um parto normal?

A mulher que quer ter um parto normal depois de cesárea na rede privada deve encontrar um médico que dê preferência ao parto normal sempre (não só no discurso como na prática, obviamente). (Entre em contato com o site Amigas do Parto para obter indicações). Na rede pública isso não é mais um problema, pois a maioria já adota a regra de tentar o parto normal antes de qualquer medida. O problema maior na rede pública é o abuso no uso do "soro", ou seja, o hormônio sintético ocitocina, como será discutido abaixo.

Toda mulher que teve cesárea pode ter um parto normal?

A imensa maioria pode, pois no Brasil a maioria das mulheres estão passando pela cesárea sem indicações claras e precisas. Geralmente a justificativa é "falta de dilatação", "passou da hora", "cordão enrolado no pescoço", todos esses argumentos bastante discutíveis. É apenas uma minoria que foi operada por ter problemas reais na bacia ou outra justificativa séria. Alguns fatores devem ser observados, no entanto. Se a operação foi feita com aquele corte baixo, na linha do biquini, então os riscos são de fato muito baixos. A operação feita de cima a baixo, o corte vertical, a princício traz um aumento do risco de ruptura. O outro ponto é o número de cesáreas prévias. Como em cada cirurgia o útero é cortado em um local diferente, quanto mais cirurgias, mais cicatrizes uterinas. No entanto a literatura cita com alguma frequência os partos normais depois de duas, três e até quatro cesáreas. No serviço público essas histórias são mais comuns, pois as mulheres já chegam no período expulsivo e não dá mais tempo de operar, mesmo que os médicos achem indicado.

Se eu quero um Parto Normal após Cesárea, o que devo evitar?

O mais importante é evitar o uso dos indutores e aceleradores de parto prostaglandina e misoprostol (citotec), que aumentam muito a força das contrações e portanto fazem aumentar o risco de ruptura. A ocitocina também deve ser evitada pois, embora seja menos prejudicial que os dois primeiros medicamentos, também aumenta a força das contrações uterinas.

É verdade que o Parto Normal após Cesárea só pode ser feito com fórceps?

Não, essa informação está totalmente equivocada. Muitos médicos dizem isso, e sabem que diante dessa ameaça a maioria das mulheres opta por uma cesárea eletiva. A verdade é que o uso do fórceps só deve ocorrer em caso de sofrimento fetal agudo. É um evento muito raro. Muito mais eficiente do que o uso do fórceps é permitir que a mulher fique semi-sentada, com o corpo o mais ereto possível, de preferência de cócoras, para ter força de expulsão. Infelizmente o fórceps tem sido muito mais utilizado por causa da ansiedade da equipe do que pela necessidade real.

Eu posso tomar anestesia em um Parto Normal após Cesárea?

A princípio pode, mas como em qualquer parto, deve ser usada em casos restritos, pois ela pode induzir o aparecimento de efeitos indesejáveis como a perda da força de expulsão, a desaceleração do trabalho de parto, a queda da pressão arterial e outros efeitos também sobre o bebê. No caso de se optar pela analgesia, ela deve ser a mais fraca possível (como em outros casos). Primeiro para afetar o menos possível o risco de desaceleração do parto e assim não haver necessidade de se usar ocitocina para correção do ritmo das contrações. Em segundo lugar, caso ocorra um raro evento de ruptura, a mulher poderá dizer que algo aconteceu.

Se eu sofrer uma ruptura uterina, como saberei?

Nas raríssimas vezes em que ocorre uma ruptura, a mulher percebe que algo está acontecendo. O primeiro sinal é que a dor aumenta muito e de repente. O segundo sinal é que entre as contrações a dor não diminui. O terceiro é uma dor nos ombros, perto do pescoço. Nesse caso a equipe deverá estar atenta e efetuar a cirurgia. Convém lembrar que esses são os sinais para qualquer ruptura uterina, em mães com primeira gestação, mulheres que não tiveram cesárea anterior, etc.

Como faço para entrar em contato com outras mulheres que tiveram PNAC?

No site Amigas do Parto tem uma seção de depoimentos só de PNAC. Cada depoimento tem o e-mail da autora para você entrar em contato, se quiser. (www.amigasdoparto.com.br/depoimen.html#vbac
)
Ana Cris Duarte
Amigas do Parto
 
Quem já fez um PNAC e quiser deixar seu relato nos comentários , será muito bem vindo para auxiliar as gestantes que ainda  tem dúvidas! 

sexta-feira, 7 de junho de 2013

VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA - A voz das brasileiras




São atos de violência obstétrica:
- Impedir que a mulher seja acompanhada por alguém de sua preferência, familiar de seu círculo social.
- Tratar uma mulher em trabalho de parto de forma agressiva, não empática, grosseira, zombateira, ou de qualquer forma que a faça se sentir mal pelo tratamento recebido.
- Tratar a mulher de forma inferior, dando-lhe comandos e nomes infantilizados e diminutivos, tratando-a como incapaz.
- Submeter a mulher a procedimentos dolorosos desnecessários ou humilhantes, como lavagem intestinal, raspagem de pelos pubianos, posição ginecológica com portas abertas.
- Impedir a mulher de se comunicar com o “mundo exterior”, tirando-lhe a liberdade de telefonar, usar celular, caminhar até a sala de espera ETC.
- Fazer graça ou recriminar por qualquer característica ou ato físico como por exemplo obesidade, pelos, estrias, evacuação e outros.
- Fazer graça ou recriminar por qualquer comportamento como gritar, chorar, ter medo, vergonha etc.
- Fazer qualquer procedimento sem explicar antes o que é, por que está sendo oferecido e acima de tudo, SEM PEDIR PERMISSÃO.
- Submeter a mulher a mais de um exame de toque (ainda assim quando estritamente necessário), especialmente por mais de um profissional, e sem o seu consentimento, mesmo que para ensino e treinamento de alunos.
- Dar hormônios para tornar mais rápido e intenso um trabalho de parto que está evoluindo normalmente.
- Cortar a vagina (episiotomia) da mulher quando não há necessidade (discute-se a real necessidade em não mais que 5 a 10% dos partos).
- Dar um ponto na sutura final da vagina de forma a deixá-la menor e mais apertada para aumentar o prazer do cônjuge (“ponto do marido”).
- Subir na barriga da mulher para expulsar o feto Manobra de Kristeller (pressão no fundo do útero)
- Submeter a mulher e/ou o bebê a procedimentos feitos exclusivamente para treinar estudantes e residentes.
- Permitir a entrada de pessoas estranhas ao atendimento para “ver o parto”, quer sejam estudantes, residentes ou profissionais de saúde, principalmente sem o consentimento prévio da mulher e de seu acompanhante com a chance clara e justa de dizer não
- Fazer uma mulher acreditar que precisa de uma cesariana quando ela não precisa, utilzando de riscos imaginários ou hipotéticos não comprovados (o bebê é grande, a bacia é pequena, o cordão está enrolado).
- Submeter uma mulher a uma cesariana desnecessária, sem a devida explicação dos riscos que ela e seu bebê estão correndo (complicações da cesárea, da gravidez subsequente, risco de prematuridade do bebê, complicações a médio e longo prazo para mãe e bebê).
- Dar bronca, ameaçar, chantagear ou cometer assédio moral contra qualquer mulher/casal por qualquer decisão que tenha(m) tomado, quando essa decisão for contra as crenças, a fé ou os valores morais de qualquer pessoa da equipe, por exemplo: não ter feito ou feito inadequadamente o pré-natal, ter muitos filhos, ser mãe jovem (ou o contrário), ter tido ou tentado um parto em casa, ter tido ou tentado um parto desassistido, ter tentado ou efetuado um aborto, ter atrasado a ida ao hospital, não ter informado qualquer dado, seja intencional, seja involuntariamente.
- Submeter bebês saudáveis a aspiração de rotina, injeções e procedimentos na primeira hora de vida, antes que tenham sido colocados em contato pele a pele e de terem tido a chance de mamar.
- Separar bebês saudáveis de suas mães sem necessidade clínica.

Você pode e DEVE denunciar se sofreu violência obstétrica!

Para denunciar:
1) Exija seu prontuário no hospital (ele é um documento seu, que fica depositado no hospital, mas as cópias devem ser entregues sem questionamento e custos).
2) Escreva uma carta contando em detalhes que tipo de violência você sofreu e como se sentiu.
—> Se o seu parto foi no SUS, envie a carta para a Ouvidoria do Hospital com cópia para a Diretoria Clínica, para a Secretaria Municipal de Saúde e para a Secretaria Estadual de Saúde.
—> Se o seu parto foi em hospital da rede privada, envie sua carta para a Diretoria Clínica do Hospital, com cópia para a Diretoria do seu Plano de Saúde, para a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) e para as Secretarias Municipal e Estadual de Saúde. Existem outras instâncias de denúncia, dependendo da gravidade da violência recebida, mas um advogado deveria ser consultado.
Para evitar este tipo de violência você deve procurar uma assistência humanizada. E se infelizmente já passou por algum abuso, deve denunciar! Não se cale.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

O dia em que presenciei um milagre!

Hoje foi o meu dia de voluntária no HC, foi um dia muito cansativo, não parei um minuto sequer, mas também extremamente gratificante... vou tentar descrever à vcs  este dia perfeito! Quando cheguei por volta das 9hs, encontrei uma gestante de 21 anos, em TP  muito assustada e chorosa,  tinha um histórico de anorexia e depressão, e eu pensei "Meu Deus, que eu consiga demonstrar o seu amor para ela!" Já fui me aproximando dela , fazendo uma massagem, oferecendo minhas mãos na hora da contração e fazendo carinho em seu cabelo, então como um passe de mágica, ganhei seu coração e sua confiança!

Também tinha no pré parto uma gestante induzindo o parto , mas ela já estava na quarta gestação e portanto bem mais tranquila e independente! Então priorizei cuidar mesmo da Dai, a levei p o banho e ela estava com 4 cm de dilatação mas extremamente debilitada e fragilizada.

Enquanto ajudava a Dai, chegou uma paciente que se chamava Ana Beatriz, bolsa rota, com 1 de dilatação, ainda com poucas contrações, então ouvi a médica dizer que ela já estava na décima primeira   gestação, mas que todas as outras não  tinham dado certo, abortos espontâneos , duas gestações com óbito fetal, então já tinha passado por várias curetagens e dois partos com os bebês em óbito.

 Ela chegou muito feliz, várias médicas já conheciam a sua história e a tratavam com muito carinho e zelo. Por volta do meio dia,  começou ter as contrações mais intensas, então eu largava a outra gestante  e corria para fazer massagem nas costas dela, pois eu via que ela mesma esfregava as costas, tentando aliviar a dor... A Ana também era cristã,  começamos conversar e ela me contou que os médicos disseram que ela não poderia mais engravidar, pois ela já estava com 35 anos e já não tinha mais fertilidade, então quando iria começar um tratamento de fertilização lá mesmo no HC, ela engravidou, nem precisou tratar... como ela mesma me disse quando os homens lhe disseram não, Deus lhe disse SIM! Depois de toda aquela luta, ela iria viver a maior alegria da sua vida e também sua experiência mais intensa!

As contrações aumentaram de repente, ficaram muito fortes , longas e constantes, uma atrás da outra, então eu deixei a Dai com o marido e levei a Ana para o banho, lá ela se acalmou um pouco, saímos do banho e a residente fez um toque, ela passou de 3 para 7 cm de dilatação em 1h, meu Deus, nem acreditamos, o marido dela chegou e foi ser seu acompanhante, ela chorava muito, pois sua dor era muito intensa, eu não tinha coragem de ir almoçar , o C.O. estava lotado e elas precisavam da minha ajuda! Me revezava entre uma e outra, e também cuidava das outras que não estavam em TP, então fui "engolir" um pastel na copa e quando voltei , fomos novamente p o banho para aliviar aquelas dores, ela ficou uns 10min. e o marido dela me chamou dizendo que ela estava com vontade de fazer força, ela saiu do chuveiro e a levamos para o quarto, chamei a dra. e ela tocou, 9 cm  de dilatação, quase total!

Eu orava com ela todo o tempo tentando acalmá-la. A médica decidiu que a levariam p a sala de parto p que fosse feito uma analgesia, pois ela realmente não aguentava mais, o processo estava muito rápido e intenso! Quando chegamos na sala a anestesista perguntou com todo respeito se ela queria analgesia ou não, que ela poderia optar(como eu amo esse hospital!), ela ficou em dúvida, a dra. explicou e ela acabou aceitando, o relógio marcava 14h10min. naquele momento, a sua dilatação estava total, mas depois da analgesia o TP deu uma desacelerada... depois de várias forças, às 14h50min o Francisco nasceu! Ele  nasceu super bem, chorando muito forte, a pediatra o colocou nos braços da Ana, e mãe e filho choraram juntos, um choro que nunca vou me esquecer, um choro de desabafo, após tantos anos de decepção e frustração, um choro de alívio de finalmente ter dado certo, um choro de felicidade plena de ver o seu sonho realizado! Foi um momento perfeito, lindo e emocionante!  E eu fiquei lá, com lágrimas nos olhos agradecendo à Deus pelo privilégio de ter visto aquele milagre!!!!!!!!!!!!!!

Depois de tudo isso, voltei para cuidar da Dai, quando ela me viu, me chamou perto dela, encostou se rosto no meu e começou chorar, a dra. examinou e disse  que ela estava com 8 de dilatação, mas a bacia era muito estreita e a bebê não conseguia descer, mas que esperaria mais um pouco, e, se não evoluísse, faria uma cesárea,  levei ela novamente p o banho, mas ela estava exausta, não se ajudava, queria voltar p cama e deitar, diante disso, a dra. optou pela cesárea... Eu fiquei com ela até que fosse anestesiada e me chamaram p um outro serviço. Quando voltei, a Laurinha já havia nascido, tão branquinha, gordinha, coisinha mais linda do mundo!

Às 16h30min. chegou mais uma parturiente com 5 de dilatação, mas só pude ficar com ela até as 18h30, pois já havia passado da minha hora, ensinei as massagens p o marido, me despedi de todas e a Day e a Ana me agradeceram e disseram que eu fui um anjo na vida delas e que sem mim elas não teriam conseguido!

  No final do dia, um residente me perguntou o que eu fazia, se eu era enfermeira, eu respondi que era uma doula voluntária, ele me disse que eu devia amar  muito o que eu fazia, pois estava escrito no meu rosto e nos meu olhos! Eu sorri, agradeci e pensei: Como eu sou realizada sendo doula, passo por algumas lutas, mas dias como esse fazem tudo valer a pena!  Amo muito essa minha vocação, cada vez mais tenho a certeza que eu nasci para ser uma doula!!!!!!!!!!!!!!!


Ana Beatriz, Francisco(milagre de Deus) e eu! 






terça-feira, 4 de junho de 2013

Para minha querida doulanda Leticia...


Sei que ultimamente não tenho postado relatos bons de se ler, mas sim crueldade, falta de amor, desrespeito, descaso, autoritarismo, enfim a realidade que estamos vivendo quando o assunto é realizar o "sonho do parto natural humanizado", e ontem uma das minhas doulandas me disse que ela estava ficando deprimida de ler meus relatos... não fique Le, esta não é minha intenção, mas sim, que nós estejamos preparadas p as lutas, informando, questionando, procurando médicos com o mesmo coração, e acima de tudo orando para que o Senhor nos dê a vitória! Perdemos algumas batalhas, mas não a guerra! E muitas e muitas gestantes serão abençoadas em um futuro próximo, pois tenho certeza que esta situação irá mudar, já está mudando em Nome de Jesus!!!!!!!!!!

Vamos louvar em meio à tempestade, pois o tempo de bonança virá!


segunda-feira, 3 de junho de 2013

Ditadura Obstétrica !

Conforme o prometido no último post, vou contar a história da minha doulanda que foi bem instruída (por mim é claro....rsrs), fez seu plano de parto , mas de nada adiantou...

Quando a Carol começou frequentar  nossos encontros para gestantes ela já estava com umas 20 semanas de gestação, e ela sempre fazia muitas perguntas, querendo ficar o mais informada possível para que não fosse enganada pelos médicos na hora do TP. Como ela já havia decidido que não iria pagar a taxa de disponibilidade, pois o sufoco iria ser o mesmo, o médico dela era super cesarista, ela optou que fosse com plantonistas da maternidade X,  que era onde seu plano cobria.

Então quando foi chegando mais perto do nascimento  do seu bebê,  ligou na maternidade, e disseram à ela que poderia ter apenas um acompanhante no C.O., então ficou decidido que o marido que iria acompanhá-la e  disse que iria fazer um plano de parto, de todas as intervenções que ela não queria que ocorressem sem necessidade. E foi o que fizemos. E também deixei ela bem consciente da lei do acompanhante e que levasse sempre impressa na carteirinha de gestante, que é como eu sempre instruo as minhas meninas.

 Quando  já estava de 40 semanas, como eu não seria sua doula,  pois a Carol  havia optada pela presença do marido, eu fui viajar no feriado de sete de setembro, e quando estávamos vindo embora em uma viagem que dura 2hs e eu já estava há  7hs na estrada por conta de um congestionamento, ela me ligou dizendo que já estava internada  com 8 cm de dilatação e que por enquanto não sentia dor nenhuma,  que só foi na emergência para monitorar o bebê e ver se estava tudo bem e já estava nesse estágio! Que maravilha! Me disse que ainda estava no quarto e queria muito que eu fosse ficar com ela, que agonia, uma gestante precisando de mim e eu presa no congestionamento!

Depois, me ligou novamente dizendo que estava indo para o centro obstétrico sozinha, pois só deixariam o seu marido entrar na hora do parto, e o marido não sabendo como agir, acabou aceitando o fato. Quando fui visitá-la no outro dia, ela me contou que foi troca de plantão e quando a nova médica ficou sabendo que ela tinha um plano de parto e  que ela não queria aquelas intervenções, ficou louca e começou fazer ameaças à Carol dizendo que quem mandava era ela e que ela havia estudado e blábláblá... a mesma história de sempre, como alguém se atreve questionar um ser superior! A dra. falou que se ela quisesse continuar com aquele absurdo, teria que assinar um termo dizendo que se o bebê viesse à óbito a responsabilidade seria toda dela, nessa hora, ela já estava chorando, fragilizada, sozinha e acuada e disse para a médica estava nas mãos dela e que teria que confiar, que ele fizesse o que ela achava melhor!

Colocaram ela na ocitocina, as dores começaram e ela só chorava , então veio uma enfermeira e falou ironicamente:" Agora tá doendo né ?" e a Carol respondeu : "é a dor do medo , da solidão e do desrespeito!" Pois eu sempre falava isso p elas nos nossos encontros, a pior dor não é a do parto!  E infelizmente ela acabou conhecendo  a pior dor... Como eu queria ver a cara da pessoa quando ouviu isso!

Depois disso , veio analgesia, mesmo sem ter sido solicitada, a episiotomia, chamaram o pai,  e nasceu o Emanuel... como ela mesma me disse, o momento que deveria ser o mais lindo da sua vida, ela só chorava e queria que tudo acabasse logo, mas o bebê estava bem , e era isso que importava!


Pai, afasta de mim esse cale-se!




domingo, 2 de junho de 2013

Uma cascata de intervenções !

No último post eu relatei uma intervenção desnecessária que gerou uma cesárea de "emergência???"  Então vou tentar explicar aqui de uma forma bem simples porque uma intervenção desnecessária gera uma cascata de intervenções, tipo efeito dominó .

Imaginem um parto domiciliar em que a mãe está sendo bem assistida, ao lado de pessoas que a amam e que não irão forçar uma situação que a gestante não pediu ou não escolheu daquela forma. Vou deixar bem claro aqui que estou falando de um parto saudável, em que mãe e bebê estão sendo monitorados, e tudo vai muito bem obrigada! É óbvio que incidentes acontecem e podemos precisar sim de intervenções NECESSÁRIAS! 

Agora, imaginem uma mãe chegando em uma maternidade, dessas que nós conhecemos muito bem, um local onde 90% acabam em cirurgia, onde plantonistas só querem terminar o mais rápido possível o seu trabalho, não consigo nem explicar o porquê, se eles estão de plantão, eles deveriam ter todo o tempo do mundo, mas enfim, esta é a nossa realidade. Continuando... então essa parturiente chega no hospital ainda na fase latente, que é o início do TP mais ou menos com 4cm de dilatação, uma gestante que não foi informada, que não sabe o que está acontecendo com o seu corpo, assustada, sem saber o que fazer . Colocam ela na cadeira de rodas (1° intervenção) , vão examiná-la e ela vai p o C.O. e dizem para o acompanhante ficar do lado de fora que na hora do nascimento eles virão chamá-lo, quanta bondade, (segunda intervenção), aí começam os preparativos, tricotomia, lavagem intestinal, colocam o sorinho e orientam que ela fique deitada (mais quatro intervenções), tudo isso foi feito porque são "normas" do hospital, eles fazem dessa forma porque fazem!

Nesta hora, o TP é interrompido, pois tiraram o direito ao seu acompanhante, ela está insegura, frágil, com frio e com medo e deitada por imposição, o seu corpo já não libera mais a ocitocina("hormônio do amor", que faz com que seu útero contraia)e sim está cheio de adrenalina, e ocitocina e adrenalina nunca andam juntos, se um sobe o outro desce! Então a equipe decide dar uma ajudinha, pois está demorando demais e as contrações diminuiram muito! Começa a indução com a ocitocina sintética(sétima intervenção)o que torna as contrações muito mais doloridas, então a gestante não suporta mais tanta dor e não tem uma mão amiga que ela possa segurar, eles oferecem analgesia (oitava intervenção), "que alívio, que equipe maravilhosa!" 
Chega a dilatação total que é 10 cm e eles orientam que ela empurre o bebê. Empurrar como? Ela não sente nada da barriga p baixa, então eles indicam à ela a hora certa de empurrar( nona intervenção) , o bebê não desce, então o médico pede que alguém, uma enfermeira ou o próprio anestesista empurre o bebê com os cotovelos, que se chama manobra de Kristeller, uma intervenção  violenta e antiquada que pode levar à ruptura uterina, que se eu não me engano já foi proibida,mas ainda é muito usada (décima intervenção), ainda assim o bebê não desce, a mãe "não sabe" fazer a força certa! Mais uma tentativa, vamos usar o fórceps(décima primeira intervenção), mas antes devemos fazer uma episiotomia que é o corte vaginal (décima segunda intervenção).

Então o bebê nasce, mostram por 5 segundinhos para a mãe, mais uma vez quanta bondade! E é levado para ser examinado, e fazer todos os procedimentos de praxe, e volta para os braços da mãe depois de uma 3 ou 4hs, para finalmente ser amamentado! (décima quarta, quinta , sexta...)

Depois de tudo isso, a gestante vai narrar o seu parto para família e amigos com lágrima nos olhos após tanto sofrimento e ouve a frase: Viu, não falamos que a cesárea seria muito melhor e mais fácil?

E, assim , acaba nossa história... claro que não será sempre dessa forma, alguma coisa ou outra será mudada, as intervenções podem ser outras como a ruptura da bolsa, ou não  chegar a tanto extremo, ou realmente acabar em uma cesárea! Aí, a gestante ouviria:" sofreu tanto e acabou em cesárea!"

E também tenho a história de uma gestante que tinha uma doula , foi bem instruída, fez seu plano de parto, mas foi totalmente desrespeitada e ameaçada... mas isto fica para a próxima postagem!

Carla Bichara


sábado, 1 de junho de 2013

Mais uma vez...

Ontem  fui atender uma gestante em TP , cheguei na casa dela às 15hs e ela estava super bem, ela foi perfeita , se movimentava om tempo todo, quando vinha a contração ela obedecia o seu corpo e se agachava, mexia os quadris, dançava, calma, tranquila, feliz, como se tivesse se preparado para aquele momento toda sua vida! Enfim o verdadeiro trabalho de parto ativo ! Era sua terceira gestação,e seria seu segundo parto normal, pois no segundo bebê, devido à gripe H1N1  a médica indicou uma cesárea por "precaução".

Nós nos conhecemos há um mês atrás quando eu fui oferecer o meu trabalho de doula p ela, pois vi de longe que  não estava bem , e parecia muito incomodada, quando começamos conversar, me disse que faria uma cesárea, porque a médica já havia decidido e já que  iria fazer uma laqueadura... mas enquanto  conversava comigo, ela só chorava e eu vi que estava muito indecisa, triste e insegura, então nós  oramos e falei p que Deus colocasse paz em seu coração se fosse para optar pelo parto normal , e ela mudou totalmente de idéia, largou a médica que estava pressionando a cesárea antes do dia 30, pois a mesma iria viajar para fora do Brasil , e optou pelo parto normal, que na verdade era tudo o que ela queria e só precisava que alguém a apoiasse. 

Então quando as contrações começaram aumentar, fomos para a maternidade e para a nossa alegria , ela já estava com 8 de dilatação, exatamente do jeito que havíamos combinado, pois não queríamos intervenções desnecessárias.. antes tivéssemos esperado o bebê coroar do lado de fora daquele maldito hospital! 

Então,  os problemas começaram acontecer, primeiro que a médica plantonista queria cobrar do pai R$ 500,00 alegando que não trabalhava com o convênio, o marido dela soube se defender e colocou a médica em seu devido lugar dizendo que conhecia os seus  direitos .Segundo, que a médica do cesarista do pré-natal não havia feita carteirinha de gestante e  não havia nenhuma informação sobre a gestação e ela pediu que o pai fosse em casa para buscar.


Então fomos p o centro cirúrgico, e a equipe foi  colocando o soro p fazer analgesia, e ela falou calmamente que não queria , e eles tiveram que aceitar, ela estava muito bem, super corajosa, queria ficar em pé se movimentando, e ficou acertado que o pai entraria na hora do nascimento, eu nem acreditava que tudo estava correndo tão bem , ela empoderada, sabendo o que e como queria, e até ali, a médica respeitando a vontade dela.

Por volta das 6hs,a médica resolveu que ia romper bolsa ( o plantão dela acabava às 19h e ela queria que o bebê nascesse) então a Josi (gestante)  disse que não queria romper, que queria esperar a hora do bebê nascer sem intervenções! A médica fez de conta que não ouviu , deitou ela na cama, viu os batimentos que estavam perfeitos, a pressão 110x70, e rompeu a bolsa, sem autorização, sem o mínimo respeito, porque ela estava com muita pressa! Ela não podia esperar acontecer naturalmente, foi aí que tudo mudou! O sonho virou um pesadelo!

A barriga dela "embolou tudo de um lado só , como se o bebê tivesse virado, ela não deixou mais a Jo levantar, mandou ela ficar de lado,e saiu, de repente ela veio ouvir os batimentos e falou que o bebê estava em sofrimento fetal , que ela não iria abaixar o apgar do bebê e que aquilo era uma ordem médica e quem mandava e decidia era ela, ela nem sequer esperou 5 minutos para repetir o exame, ela nem pediu para ela mudar de posição, não, aquilo podia demorar uma hora ainda, como ela mesma falou ... 


Nunca vou me esquecer do olhar da minha querida doulanda, me dizia tudo: decepção, medo, insegurança, tristeza e eu via naquele simples olhar como se ela me dissesse:  eu optei pelo parto normal, eu fiz tudo certinho como vc me falou, por que esta acontecendo isso? Ela me perguntou: e agora Carla? Eu apenas respondi : fica tranquila, Deus está no controle...então me mandaram sair correndo da sala, realmente me expulsaram do C.O. pois as "coisas haviam mudado!" 

Conversei com o pai, oramos para que o bebê ficasse bem e ele foi assistir a cesárea. E assim nasceu o Davi, com uma cesárea de emergência, perfeito, saudável , sem nenhum sinal de sofrimento fetal!

Eu vim p casa arrasada, com vontade chorar, decepcionada, com um aperto no peito, parecia que estava engasgada, mas pensando, Deus deve ter nos livrado de algo muito pior! Até pensei, nossa, ainda bem que não era um parto domiciliar, o bebê poderia ter morrido! 


Então enquanto estava tomando banho, algo começou me incomodar: não, aquilo não foi a vontade de Deus, aquilo foi violência obstétrica!  E eu senti muito forte no meu coração, se tivesse sido um parto em casa, com uma equipe humanizada, aquilo nunca teria acontecido! 

Eu estava incomodada o dia inteiro que algo iria acontecer, mas eu me esqueci que estava indo para uma batalha, eu fui de peito aberto, devia ter orado mais, clamado mais, orientado melhor a Jo para que ela não cedesse, eu baixei a guarda e perdi a batalha!

Pedi opinião de algumas doulas e obstetrizes e elas disseram exatamente o que eu já imaginava, uma intervenção desumana, intransigente e totalmente desnecessária como a ruptura da bolsa em um parto que estava perfeito,  gerou a pior intervenção do mundo , uma cesárea de emergência com 9cm de dilatação, em uma mãe que tinha tudo para um parto natural e  maravilhoso como ela havia sonhado,  tudo o que mãe e bebê precisavam,  era de uma profissonal de verdade, que não colocasse os interesses dela em primeiro lugar, e um pouco de paciência!

O que passa na cabeça desses médicos?  Porque ela simplesmente não passou para o outro plantonista? Eles não se importam mais com as pacientes? Eles não tem ética? E se fosse com alguém da família deles? O que aconteceu com essa espécie de ser humano? Porque estudaram obstetrícia? Porque não fizeram cirurgia geral já que amam tanto o bisturi e odeiam parto normal? 

Até quando vamos relatar este tipo de situação??????? Quando isso vai acabar????????