segunda-feira, 12 de maio de 2014

Nascimento do Lucas


Sou a Gizelle, esposa do Lucas, mãe da Mariana, de 5 anos e agora do baby Lucas Junior!!

Em junho de 2013 descobri que estava grávida, era minha segunda gestação, fiquei um pouco assustada, pois foi uma gravidez não planejada! 
O meu primeiro parto foi cesárea, e quando descobri q estava grávida de novo, fui atrás de um médico particular (estava sem convênio), disse a ele q tinha medo do parto normal e mais uma vez queria fazer cesárea, ele me disse q faria sem problema nenhum, mas me explicou os benefícios do 
parto normal, saí do consultório dele pensando se eu teria essa capacidade ou não, conversei com meu marido e decidimos que faríamos o parto pelo SUS e para isso teria que enfrentar o parto normal. 

Já sabia que a Carla tinha o projeto de doula e entrei em contato com ela. Por problemas na minha tireoide, fui encaminhada para “Gestação de risco”. Os meses foram se passando e logo se viu que a minha placenta estava baixa, as médicas que me atendiam sempre me falavam que se a placenta não subisse teria que fazer cesárea. 

Eu sempre lia sobre parto normal, fui a dois encontros na casa da Carla, mas tinha muito, mas muito medo de não conseguir, de ficar horas tentando ter meu bebê naturalmente e acabar em uma cesárea! 

Enfim, a placenta subiu um pouquinho, mas não tanto quanto se esperava e na última consulta do pré natal a médica marcou minha cesárea para o dia 28/01/2014 (eu estaria com 39 semanas certinho). Fiquei feliz, por que não tinha quem ficasse com minha filha mais velha, e sendo cesárea minha mãe poderia vir para ficar com ela. 

No dia 25/01 (sábado) eu senti contrações o dia inteiro e estavam ritmadas, mas eu fiquei tranquilíssima, pois não doíam! Pedi a Deus que Ele fizesse o que fosse melhor para mim e para o me filho, e que estava preparada para o parto normal, rsrsrsrs... me emociono de lembrar, por que enquanto conversava com Deus, eu senti um alívio tão grande, eu sorria com esse alívio!

No dia 26/01 (domingo) não tive contrações durante o dia, fiz ‘A faxina’ em casa, para receber meu bebê e minha mãe com a casa limpinha! De noite comecei a sentir contrações, mas não eram regulares e também não doíam. 
As 05 horas da manhã do dia 27/01 (segunda) eu acordei com uma contração forte, eu não tinha sentido nenhuma naquela intensidade. Levantei, tomei banho, deixei a agua cair nas minha costas... 

Eu já tinha que ir ao hospital para fazer cardiotocografia (exame que avalia o bem estar do bebe), tinha que estar lá as 07:30hs, meu marido me deixou lá e eu disse que não precisava ir me buscar, que eu voltaria para casa de ônibus (não achava que o bebê nasceria logo). Antes de fazer o exame, 
tive que fazer avaliação com uma obstetra, e avisei a ela que estava com contrações. Ela fez o toque e eu estava com 3 cm de dilatação, disse que não tinha nada de placenta baixa, disse: VOCÊ JÁ ENTROU EM TRABALHO DE PARTO. 

Ela me pediu para aguardar, que ela iria fazer o toque 
novamente, para fazer se estava evoluindo, se não estivesse, era para eu caminhar para acelerar o processo (Na minha cabeça eu avisaria a Carla, viria para minha casa com ela e ficaria com ela até as contrações evoluírem).

Fiquei aguardando e nesse momento avisei meu marido que o Lucas Junior iria nascer, entrei em contato com a Carla e disse que precisava dela, ela iria trabalhar naquele dia e disse que tentaria uma folga. Fui reavaliada 1 hora depois e já estava com 4 cm de dilatação. A médica disse que eu já iria ser internada. 

Eu estava com um misto de felicidade e medo. Liguei para o meu marido e para Carla e pedi para que ela fosse até o hospital. Fui encaminhada direto ao Centro Cirúrgico. Chequei lá e já estava com 5 cm de dilatação (isso já era umas 11 horas da manhã). 

Ai começaram as intervenções, me colocaram na ocitocina sintética, (pedi para não colocarem, mas a enfermeira disse que era rotina do hospital). A obstetra do plantão me avisou que iria romper a bolsa, também pedi para não estourar, ela disse que não iria doer e que iria acelerar o parto (mais??). 

Depois disso as contrações eram muuuuuito doloridas, mas confesso que achei que doessem muito mais.Eu estava sozinha e esperando a Carla chegar, preferi não ficar olhando para o relógio, mas pouco tempo depois fizeram toque novamente e eu já estava com 8 cm de dilatação (sim, outra coisa ruim 
é que era Hospital Universitário, então tinham várias residentes e de hora em hora faziam o toque). Fiquei feliz da vida.  

E eu continuava sentindo as contrações, de repente senti a tal vontade de fazer força. Chamei a primeira médica que vi na minha frente e disse: Pelo amor de Deus, me ajuda, eu preciso fazer força. Ela fez o toque (de novo) e me disse que eu já estava com dilatação total. 

Começou a me ensinar a respirar e a fazer força. A Carla chegou nesse momento. As contrações doíam muito e fazer força no momento das contrações não é tão fácil, porém, aliviam a dor! Eu falava pra Carla 
que eu não ia conseguir e ela com toda calma e carinho do mundo me dizia : ‘Gi, olha para mim, você vai conseguir!’ Não me lembro muito dos detalhes desse momento (será que eu estava na Partolândia?). Quando o bebê encaixou a obstetra disse q eu tinha que ir para a sala de parto, fiquei 
apavorada, pq eu sentia a cabeça do meu bebê encaixada.

 Desci da maca com dificuldade, o nervo ciático doía e eu não conseguia mexer a perna. Com a ajuda da Carla e de uma auxiliar de enfermagem é que eu consegui descer... A adrenalina era tanta, que eu não senti o tal ‘círculo de fogo’. 

Fui para a sala de parto, deitei numa maca que me deixava com as pernas para cima e tinha uns apoios para eu segurar e fazer força. Fiz algumas forças e não conseguia, lembro da médica e da Carla dizendo: Estamos vendo o cabelo do seu bebê. Me empoderei e pensei: Agooora vai! E foi!!!! 

As 13:16 do dia 27/01, senti a sensação mais linda, meu filho saindo de mim! Não pude vê-lo imediatamente, ele foi considerado um ‘Bebê preguiçoso’ e não respirou sozinho de imediato, ele teve que ficar no bercinho de oxigênio. Tive laceração e levei 2 pontinhos. O Luquinhas nasceu com 3kg e 49 cm.

Fui para a recuperação e a Carla ficou comigo e depois de cerca de meia hora meu filho veio para os meus braços. Mamou com muita vontade... A Carla foi embora e ficamos nós dois juntinhos, sozinhos e eu olhando aquela criaturinha perfeita que Deus me deu.  

A Carla foi mais que essencial no meu parto, apertei taaanto a mão dela nas contrações. Nunca vou me esquecer dela orando comigo, me acalmando... 
Não foi um parto natural, mas foi tão emocionante que eu precisava compartilhar esse momento. 

Hoje me arrependo muito de não ter feito parto normal na minha primeira gestação, minha filha nasceu de 37 semanas, demorou mais de 3 horas para ir para o meu colo!

Carlinha, muito obrigada por tudo queridona, só posso te dizer uma coisa: PARABÉNS, VOCÊ NASCEU PARA SER DOULA!!!!!
























Algumas Palavras da Doula :

Que lindo Gi ,obrigada! Você foi muito corajosa, uma verdadeira guerreira do Senhor! Só posso dizer que amei estar ao seu lado,embora tenha chegado tão em cima da hora...Mas quem poderia prever que eles adiantariam tanto seu parto com tantas intervenções!

Quanto as intervenções, eu quero abrir aqui um parêntese para falar qual é a realidade dos nossos hospitais e profissionais. Não podemos negar que você sofreu uma violência obstétrica, quando te colocaram na ocitocina dizendo que era "rotina do hospital" e quando romperam a sua bolsa sem a sua permissão!

O que é mais triste é saber que por mais simpáticas e carinhosas que  as médicas e enfermeiras pareciam ser, é assim que elas são conduzidas, ensinadas e quem sabe até coagidas a trabalhar, é assim que elas aprendem na faculdade, infelizmente esse é o nosso sistema obstétrico!

Queria muito que tivesse um parto totalmente natural, ter ficado ao seu lado fazendo massagem, levando no banho e ter dado todo o carinho e cuidado que você merecia!

Mas, enfim, o que importa é que o Luquinhas nasceu lindo,perfeito e saudável! E que você não precisou passar por uma cesária, e apesar de tudo se saiu muito bem!

Parabéns pela sua linda família!

Carla

domingo, 11 de maio de 2014

Gratidão


Como este é um blog que fala sobre parto , maternidade, respeito à vida e amor, não podia deixar de prestar  minha homenagem à mulher que me gerou e me deu à vida através de um trabalho de parto intenso de 4 dias, que cuidou de mim , perdeu noites e noites e noites de sono quando eu era uma bebezinha que só chorava e simplesmente não queria dormir! 

Me deu carinho, amor, compreensão, sempre esteve do meu lado nos momentos mais difíceis, foi firme quando precisou, disse não muitas vezes, mesmo quando na minha imaturidade eu pensava estar sendo injustiçada...hoje que já sou mãe de adolescentes vejo que ser mãe é uma tarefa linda e doce, mas também árdua, buscar esse equilíbrio entre amor incondicional e educação com limites não é nada fácil, saber quando e quanto dar liberdade. 

Fico pensando em quantas noite ela ficou sem dormir quando eu e meu irmãos estávamos nos divertindo em nossa juventude e só agora eu entendo o quanto ela deve ter lutado e relutado para saber até onde ela podia nos deixar ir, até que ponto poderia confiar em nós, pois a minha vontade como mãe é deixar os meus filhos debaixo das minhas asas pra sempre, embora sabendo que eles precisam voar!

E hoje eu posso dizer que eu busco sabedoria em Deus para cumprir esse propósito, e ela com certeza é o meu espelho, meu exemplo , minha inspiração para ser a melhor mãe que eu puder para os meus filhos! Eu busco nela não só o exemplo , mas também seus conselhos, apesar de que quando se trata dos netos ela vira super protetora , quase paranóica...rsrsrs

Ela é a minha melhor amiga, confidente, meu porto seguro, meu exemplo , minha vida , minha MÃE !


" O seu valor excede o de muitas jóias finas" Prov 31:10


FELIZ DIA DAS MÃES À TODAS NÓS!

Carla Bichara